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26.11.04

A nova Guerra Fria

No passado, apesar de União Soviética e China se proclamarem comunistas tal não impediu que entre ambas as potências se verificassem rivalidades, tensões e conflitos de interesse, numa clara desunião proletária.
Também hoje os recentes acontecimentos na Ucrânia (a confusão instalada após as eleições presidenciais; a existência dum candidato pró-russo e outro pró-ocidental) deixam perceber que apesar da queda do comunismo e do desmembramento da União Soviética, bastará que a Rússia recupere o suficiente do antigo poderio soviético para que novamente se estabeleçam os antigos conflitos próprios dos tempos da guerra fria, entre o Leste e o Ocidente. Parece provar-se pois, que as causas profundas da guerra fria pouco ou nada tiveram a ver com diferenças ideológicas, com a não conciliação entre capitalismo e comunismo, mas antes com questões geo-estratégicas que têm mais a ver com interesses económicos e zonas de influência internacional. Em suma, o domínio mundial.
Prevê-se portanto, uma nova guerra fria entre Leste e Ocidente, com a diferença que desta vez o Leste não terá o handicap dum regime político menos eficiente, o que será pior para o Ocidente.
Restará saber, por outro lado, como se encaixarão as novas realidades emergentes no meio deste novo conflito. Falamos naturalmente, duma China cada vez mais desenvolvida e competitiva, económica e militarmente poderosa. E também, da onda islâmica que parece cada vez mais violentamente anti-ocidental.