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24.12.05

Feliz Natal.

19.11.05

4 anos

Neste mês de Novembro, o Binoculista comemora 4 anos de existência.
Suponho que é o mais antigo blog português alojado aqui, no Blogger, que continua activo e sem nunca ter mudado de endereço.

14.11.05

Os culpados da futura derrota de Soares

Em Outubro, após o PS ter sofrido um dos piores resultados de sempre em eleições autárquicas, o secretário geral socialista afirmou que nas autárquicas não se trata de avaliar eleitoralmente o governo, nem o primeiro ministro.
Uma afirmação destas, não sendo completamente falsa, também não é completamente verdadeira. É sabido que parte do eleitorado, especialmente nas grandes cidades, vota a pensar na perfomance do governo e não na qualidade dos candidatos autárquicos apresentados. Por isso, em parte o governo foi avaliado e chumbou.
Mas se considerarmos que Sócrates tem razão no que afirma, então existe uma outra avaliação à qual o secretário geral do PS não se pode furtar, e nessa avaliação se demonstra que Sócrates não sabe escolher pessoas. Falta inadmissível para quem é lider dum partido e dum governo.
Assim, nas autárquicas já se demonstrou que não soube escolher candidatos (Carrilho, João Soares; Francisco Assis, etc.). Nas presidenciais, se provará que não soube escolher o melhor candidato presidencial e finalmente, um dia se provará em definitivo que não soube escolher os melhores ministros.
Portanto, preparemo-nos para escutar José Sócrates, na noite da derrota presidencial que se avizinha, fugir às suas responsabilidades políticas enquanto secretário geral do PS, afirmando que foi Mário Soares e não ele, nem o governo, a ser avaliado nas eleições presidenciais.
Porém, a grande responsabilidade da escolha de Mário Soares como candidato presidencial é de Sócrates e a sua mais do que provável derrota eleitoral também. Embora, neste caso, tenhamos de repartir a culpa por outros, pois não podemos esquecer o fraco desempenho de Jorge Sampaio no seu segundo mandato presidencial, nomeadamente a sua decisão em não ter dissolvido imediatamente a Assembleia da República após o abandono de Durão Barroso.

27.9.05

Presidencialismo
A confusão instalada na Alemanha após as eleições, vieram reforçar a minha convicção de que os sistemas constitucionais europeus, incluindo a nossa constituição, de um modo geral são maus.
Bem melhor seria um sistema mais próximo do americano. Falo dum sistema constitucional presidencialista, em que o presidente da república seria simultaneamente o chefe do governo. De facto, em Portugal, não faz sentido que a nossa primeira figura do Estado não seja aquela que realmente manda. Mais surrealista ainda, é que a segunda figura do Estado seja o presidente da Assembleia da República. A segunda figura, porquê ? Então o primeiro ministro não manda nada ?

...Infelizmente o trágico desaparecimento de Sidónio Pais originou o fim da nossa experiência presidencialista. Foi pena...

Chefe do governo eleito, não nomeado.
Curiosa, também, é a confusão em redor das eleições legislativas. O Professor Cavaco Silva gosta de lhes chamar "eleição do 1º ministro" e tem toda a razão. É com esse espírito que os portugueses votam, ninguém em Portugal tem a consciência de estar a eleger deputados. Praticamente ninguém sabe qual o deputado que elegeu. Outro erro que deveria ser corrigido na nossa constituição e que traria enormes benefícios.
Por exemplo, quando o chefe do governo abdicasse do cargo (como fez Durão Barroso ) não haveriam dúvidas sobre a necessidade de realizar imediatamente novas eleições.

16.9.05

Descobri, por mero acaso, a "arma secreta" que o Dr. Mário Soares planeia utilizar para vencer as eleições. A resultar, será um autêntico "Às de trunfo" a jogar contra os seus críticos.

10.9.05

Pelas minhas contas, Portugal já está matematicamente apurado para o Mundial de futebol de 2006, a realizar na Alemanha.
Está apurado porque são automaticamente apuradas as 8 selecções vencedoras dos respectivos grupos e as duas melhores selecções colocadas em 2º lugar, dentro dos oito grupos. Ora Portugal, com os seus actuais 24 pontos, mesmo que perdesse os dois jogos que lhe faltam, ficaria ainda assim em 2º lugar do seu grupo e matematicamente não existe hipótese de haver em outros grupos duas selecções classificadas em 2º lugar com melhor pontuação que Portugal. Mas isto são as minhas contas...

2.9.05

Longe vão os tempos em que neste país os combates políticos se faziam em torno de causas sérias, em que as diferenças entre os adversários políticos eram profundas. Entre eles haviam concepções de vida distintas, separavam-nos a ideologia, correntes de opinião diversas. Muito estava em jogo, por vezes era o destino do próprio país que estava em causa. Esses eram tempos em que a actividade política se fazia de actos nobres, de gestos sinceros. A política era então uma actividade minimamente respeitável e de profunda responsabilidade. Tempos em que o amor à patria e o dever cívico nos pedia que tomassemos partido e em que queríamos para os cargos os que não queriam.
Hoje não é mais assim. Hoje, assistimos defronte aos nossos olhos a um pobre espectáculo de 2ª categoria. Uma espécie de wrestling americano daqueles em que os contendores gritam e fingem exaltar-se, mas que todos sabemos que é tudo a fingir.
Hoje até mesmo a candidatura à presidência da república se faz através de cozinhados políticos, jogadas de bastidores no interior dos partidos, em vez de emanar naturalmente duma necessidade nacional, da afirmação dum projecto sério para Portugal.
Hoje, como de há algum tempo, os principais partidos portugueses subverteram completamente o espírito previsto na constituição para o modo como deveria ser entendido o cargo de Presidente da República. Constituição que eles próprios fizeram !
Hoje, o cargo de Presidente da República banalizou-se. Foi banalizado pelos principais partidos portugueses.
A candidatura do Dr. Mário Soares, surge a despropósito, surge duma forma não natural e portanto, é de natureza perdedora.
Se tudo correr naturalmente, o Dr. Mário Soares sairá vencido desta eleição. É pena !
A figura histórica do "pai da nossa 3ª república" não merecia esta última página na história de Portugal.

25.8.05

Fogos florestais em Portugal

Existe um Portugal urbano, elitista, que teima em não compreender o Portugal rural, popular.
Esta incompreensão é por demais evidente na tragédia sasonal dos fogos. Evitar os fogos aparentemente não rende votos, nem os faz perder, então porque se há-de preocupar com eles a classe política ?
Evitar os fogos custa muito dinheiro, dinheiro esse que é preferível canalizar para investimentos no litoral, em grandes centros urbanos, onde poderá render votos.
Os fogos são muito longe de Lisboa, são no interior. Os fogos são no Portugal humilde, que nunca protesta, nem reivindica. Trata-se do portugal daqueles que nunca dão problemas. Se os fogos não aparecessem nos noticiários da TV nem se daria por eles. Seria como se não existissem.
Há fogo nas aldeias ? "É obrigá-los a limpar as matas, é fazer cumprir a lei". Mesmo que sejam velhotes de 80 anos com pensões de miséria. Mesmo que as árvores que ardem junto às casas, sejam propriedade de terceiros, que não os donos das casas.
Olha que bom seria se um dia, houvesse em Portugal, um governo que criasse as condições para a fiscalização e cumprimento efectivo das leis... de todas as leis.
Maldito preconceito o deste Portugal rico, instruido e estrangeirado, contra o Portugal tradicional e pobre, preconceito que é tão mau quanto o racismo ou a xenofobia, senão pior.

29.7.05

Os recentes distúrbios nas galerias da Assembleia da República, aliás condenáveis, levam-me a fazer várias perguntas avulsas:
Não será de estranhar que a Assembleia da República seja o menos querido dos nossos orgãos de soberania ?
Será que nunca passou pela cabeça de nenhum deputado, nesta ou em qualquer legislatura, que a AR deveria ser uma espécie de amostra de Portugal e do seu povo, mas que de facto não o é ?
Afinal, além da função legislativa, não será verdade que a AR só deve existir porque é materialmente impossível enfiar 10 milhões de portugueses numa sala para discutirem os assuntos da nação e que portanto, a função primordial dos deputados será representar esses 10 milhões de portugueses ?
Então porque insistem os deputados em representar a direcção do seu partido na vez de representarem o povo ?
Porque se fala em "liberdade de voto", "disciplina de voto"... afinal o voto não é livre por definição ? A quem deve prestar contas um deputado, com quem é o seu compromisso ?
Mas qual foi, afinal, o deputado que elegi ? Qual deles é o que me representa ?
Porque não pode nenhum cidadão português, enquanto tal, candidatar-se à Assembleia da República, mas somente integrado em listas partidárias ?
Para finalizar:
Este regime é uma democracia ou um absolutismo partidário ?

27.7.05

Temos então Portugal, que atravessa uma das mais graves crises da sua história e, ao mesmo tempo, uma classe política que, ao que tudo indica, em vez de se preocupar com os reais problemas do país, antes se ocupa alegremente na elaboração de listas concorrentes aos órgãos autárquicos, ou em definir os próximos candidatos à presidência da república.
Perante este cenário, tudo indica que temos uma classe política que vive num mundo de fantasia, completamente desfasada da realidade. Mas como os partidos andam preocupados com eleições, quem leia os jornais há-de julgar que todo o país anda preocupado com isso. Mentira ! Neste país ninguém anda a pensar na eleição presidencial ou, mesmo, nas eleições autárquicas... Só quem anda a pensar nessas coisas é a classe política e alguns senhores jornalistas que entretanto se tenham deixado escravizar pelos interesses partidários.
O pior é que os problemas de Portugal existem e são bem reais. Os problemas de Portugal não se interessam por política, nem se resolvem com promessas eleitorais. Os problemas de Portugal só desaparecem se alguém os resolver... com trabalho. E quanto mais tempo se perde, a brincar às eleições e aos "tachos", mais graves os problemas de Portugal se tornam. Até que um dia...
Bem... um dia, os problemas de Portugal tornam-se tão graves, tão graves, que se tornará necessário haver uma classe política que resolva mesmo os problemas de Portugal, em vez de andar aqui só a sacar o nosso dinheiro.
Talvez nesse dia Portugal se torne uma democracia a sério.

21.7.05

No fim de semana passado, eu, a minha esposa e as crianças, fomos ver o filme Madagáscar ao Fórum de Almada.
5 euros cada um (as crianças pagaram como adultos) para levarmos com 20 minutos de publicidade, 20 MINUTOS !!!!
Dos vários spots publicitários a Lusomundo deu-se ao luxo de exibir até, um anúncio da cerveja superbock. Fiquei parvo, publicidade a uma bebida alcóolica antes da exibição dum filme de animação para crianças.
Será legal ? Mas mesmo que o não seja, quem se importa ?
O meu único consolo será deixar de ir àquele cinema e deixar de beber aquela marca de cerveja. É fraco, mas mais que isso não vale a pena. Talvez um dia este país tenha concerto.

13.7.05

Mais, sempre cada vez mais, o povo queixa-se do rumo que este país leva. Queixa-se da crise económica, da subida constante dos preços, do IVA e dos impostos em geral. Queixa-se do desemprego, da invasão de estrangeiros, da vida de luxo da classe política. Queixa-se o povo de tudo, e de quase tudo, com razão.
Na verdade, Portugal parece ter entrado num infindável mar de nevoeiro, onde desesperado por não encontrar o caminho que o leva a bom porto, vai navegando sem rumo, nem esperança.
É nestes momentos históricos de completa desorientação, que o povo acaba por desejar o surgimento duma liderança forte; de órgãos de soberania compostos por homens sábios e honestos, possuidos de coragem e determinação para conseguir moralizar o Estado; repôr a Lei e a ordem; e estabelecer as metas para o nosso futuro colectivo.
Este é um tempo difícil, pois enquanto a normalidade não regressa, os extremos lançam as sementes da intolerância e do confronto, ganhando força à custa da miséria e desilusão popular, da fraqueza das instituições e ausência de quem saiba mandar.
Onde andam os bons políticos portugueses, que parecem ter desaparecido todos ? O que os impede de vir em auxílio à pátria neste momento tão difícil ? Será que em Portugal a política desceu tão baixo que os homens de honra preferiram afastar-se e deixar a nação entregue à mentira e à pilhagem ?
A verdade, é que nunca como agora nos fizeram tanta falta, porque nestes últimos anos Portugal tem estado entregue a gaiatos.

27.6.05

Pai

A razão pela qual escrevo este blog é tão simples como isto: porque me dá gozo !
Escrevo quando quero e quando possuo disponibilidade. E porque ninguém o lê, dou-me ao luxo de actualizá-lo espaçadamente.
Por vezes interrogo-me o que leva as pessoas a manterem blogues. Encontrei quatro grandes famílias de motivações:
- Poder
- Fama
- Dinheiro
- Sexo
No meu caso, não me encaixo em quarquer delas. Escrevo aqui pelo simples gozo de poder escrever uns disparates, sem ninguém (nem sequer eu próprio) me levar a sério.
Se me perguntarem quem sou, acima de tudo declaro-me projenitor. Porque tudo o que tiver sido nesta vida, profissionalmente ou não, morrerá comigo. Mas se Deus quiser, a minha descendência sobreviver-me-á e dela outras gerações nascerão. Da minha passagem por esta vida, será este o meu único feito imortal e do qual dependerão, espero bem, milhares de novas vidas. Portanto, quando vejo os outros definirem-se pela profissão que exercem, o mesmo pensamento sempre me ocorre - será que esta gente não reproduz ?

11.6.05

Um post em Branco (o mais pequeno do mundo)

O Blog webcedário orgulha-se de ser o autor do maior post do mundo (embora o exacto o desminta). Vossas Excelências acabam de assistir, aqui mesmo no post anterior a este, ao 2º post completamente branco da história dos blogs. E se o post maior do mundo é sempre uma marca superável, a de um post branco, na qualidade de menor post do mundo é insuperável.

19.5.05

Os sítios da Confusão

Os sítios da Confusão
José Pacheco Pereira, a propósito do próximo referendo sobre a chamada "Constituição Europeia" criou o Sítio do Não. Como seria de esperar surgiu também o "Sítio do Sim". Mas como estes blogues estão alojados no Weblog em Portugal, também já foram criados idênticos blogues no Blogger (Blogspot): Sítio do Sim e Sítio do Não.
Resumindo: está instalada a confusão, faltando apenas criar o "Sítio do Nim".

6.5.05

Um dia deste ainda resolvo escrever também a verdadeira história dos blogues portugueses.

27.4.05

O Banqueiro Anarquista

Tínhamos acabado de jantar. Defronte de mim o meu amigo, o banqueiro, grande comerciante e açambarcador notável, fumava como quem não pensa. A conversa, que fora amortecendo, jazia morta entre nós. Procurei reanimá-la, ao acaso, servindo-me de uma idéia que me passou pela meditação. Voltei-me para ele, sorrindo.

- É verdade: disseram-me há dias que V. em tempos foi anarquista...

- Fui, não: fui e sou. Não mudei a esse respeito. Sou anarquista.


Assim começa o ensaio de Fernando Pessoa, "O Banqueiro Anarquista".
Façam um esforço e leiam-no, é curto e vale bem a pena. Cliquem aqui.
O "Banqueiro Anarquista" foi, depois da Bíblia, o livro que até hoje mais influenciou a minha vida, ou pelo menos, a minha forma de pensar.
Se em vez de ler o "Banqueiro Anarquista", preferirem visitar o site podem clicar aqui

26.4.05

Elegeram um católico para Papa.

Das três eleições de Papas que já assisti na minha vida, não tenho memória de ter lido ou escutado então, tamanha contestação à figura do cardeal eleito, como desta vez.
O mais curioso é que as críticas, quase todas elas, para não dizer mesmo todas, partiram de pessoas que nada têm a ver com o catolicismo.
Quis o destino, o Espírito Santo, ou simplesmente a maioria dos cardeais do conclave que fosse o cardeal Ratzinger, o escolhido.
Muito se lhe apontou, suponho que Bento XVI terá sido até mesmo acusado de ser católico. Mas que desejavam os críticos ? Alguém que não defendesse a igreja ou a fé católica ?
Bem sei que em Portugal estamos habituados que a república mais pareça uma monarquia, que a democracia na verdade seja uma partidocracia e etc. Mas não se pode pedir a um Papa que meta o catolicismo na gaveta. Esta é a dura realidade.

24.2.05

Só para dizer que o meu computador tem estado avariado e tem sido dificil escrever. Mas em breve voltarei ao normal.