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2.9.05

Longe vão os tempos em que neste país os combates políticos se faziam em torno de causas sérias, em que as diferenças entre os adversários políticos eram profundas. Entre eles haviam concepções de vida distintas, separavam-nos a ideologia, correntes de opinião diversas. Muito estava em jogo, por vezes era o destino do próprio país que estava em causa. Esses eram tempos em que a actividade política se fazia de actos nobres, de gestos sinceros. A política era então uma actividade minimamente respeitável e de profunda responsabilidade. Tempos em que o amor à patria e o dever cívico nos pedia que tomassemos partido e em que queríamos para os cargos os que não queriam.
Hoje não é mais assim. Hoje, assistimos defronte aos nossos olhos a um pobre espectáculo de 2ª categoria. Uma espécie de wrestling americano daqueles em que os contendores gritam e fingem exaltar-se, mas que todos sabemos que é tudo a fingir.
Hoje até mesmo a candidatura à presidência da república se faz através de cozinhados políticos, jogadas de bastidores no interior dos partidos, em vez de emanar naturalmente duma necessidade nacional, da afirmação dum projecto sério para Portugal.
Hoje, como de há algum tempo, os principais partidos portugueses subverteram completamente o espírito previsto na constituição para o modo como deveria ser entendido o cargo de Presidente da República. Constituição que eles próprios fizeram !
Hoje, o cargo de Presidente da República banalizou-se. Foi banalizado pelos principais partidos portugueses.
A candidatura do Dr. Mário Soares, surge a despropósito, surge duma forma não natural e portanto, é de natureza perdedora.
Se tudo correr naturalmente, o Dr. Mário Soares sairá vencido desta eleição. É pena !
A figura histórica do "pai da nossa 3ª república" não merecia esta última página na história de Portugal.

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