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13.11.03

Um trabalhador honrado, um excelente profissional...
Por vezes olho a televisão e vejo em directo, pessoas distantes de casa, no estrangeiro; ou mesmo cá em Portugal, só que neste caso, embora perto de casa, estão fora a horas tardias. São profissionais de áreas diversas, jornalistas, políticos, futebolistas, militares, etc. e quando os vejo, dou por mim a tentar imaginar a vida privada daqueles homens e mulheres, em especial na sua família. Onde estarão naquele momento, o seu cônjuge e os seus filhos ?
Vivemos numa sociedade onde o trabalho e a carreira profissional tudo justificam. Em nome do trabalho, abandona-se o lar e aqueles que se amam, arrisca-se a educação correcta dos filhos, arrisca-se um casamento com hipóteses de ser feliz e perene; arrisca-se a saúde e até a própria vida.
O que motiva estas pessoas ? Porque se definem pelo que fazem profissionalmente ? E porque razão a sociedade encoraja esta loucura ?
Actualmente parece ser moda acusar os computadores e em especial a internet, como um vício terrível que isola as pessoas do convívio dos outros, ainda que dentro do seu próprio lar. Fala-se até de “viúvos da internet”, a respeito dos cônjuges que se queixam de terem sido abandonados por alguém que prefere estar na net, do que estar sentado no sofá, frente ao televisor.
Reprova-se este comportamento porque não se trata de estar a trabalhar. Em nome do trabalho, pode-se ficar fora de casa uma eternidade, não ver crescer os filhos, dar até umas “facadinhas” no matrimónio; por outro lado, contra a internet, reprova-se o simples acto de estar na sala ao lado, dentro da própria casa.

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