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29.10.04

Em Política, o que parece, é !

E então, temos um lider partidário nomeado pelo seu antecessor e posteriormente ratificado em conselho nacional do partido. Legal ? Sim ! Eleito democráticamente em congresso ? Não !
Temos depois um primeiro ministro nomeado pelo Presidente da República. Constitucional ? Sim ! Escolhido eleitoralmente pelo Povo ? Não !
Temos a seguir aquilo que parece ser uma tentativa de controlo da comunicação social, bem como a pressão sobre algumas vozes importantes contrárias à política do governo nessa mesma comunicação social. Comum neste país ? Talvez ! Atitude Democrática ? Não !
Temos, ao que parece, um congresso que se avizinha. Um voz dissonante é afastada por não pagamento de quotas. Estatuariamente legal ? Concerteza ! Democrático ? Não. Antes parece um subterfúgio legal para silenciar alguém.
Sabem o que tudo isto parece ? É que estamos a assistir à tomada do poder, num certo grande partido português, dum tipo de liderança apostada em praticar a tal filosofia do "quem não é por nós, é contra nós" e donde resultará a proscrição de algumas figuras importantes e até mesmo históricas desse mesmo partido.
A escolha dum candidato presidencial é importante para a liderança de qualquer partido. Veremos até que ponto irão as "diligências" da liderança de que vos falo, no sentido de afastar as figuras "candidatáveis" do partido que não sejam da sua total preferência. No PS, é mais do que provável que será António Guterres o seu candidato. No PSD, nada se sabe. Ou melhor, sabe-se que nem Cavaco Silva, nem Marcelo Rebelo de Sousa interessam. A seu tempo, o candidato desejado surgirá. De resto, esta eleição presidencial é muito importante para a direita pois representa uma forte possibilidade de sucesso. Porque não tenhamos ilusões, após o balde água fria sentido por toda a esquerda graças a Jorge Sampaio ter optado por nomear este primeiro ministro, nas próximas eleições, o eleitorado de esquerda "não PS" vai lembrar-se de Jorge Sampaio. E muitos eleitores dessa área vão cagar-se autenticamente para o voto útil num candidato do PS, só porque é de esquerda. Esta vai ser aquela ocasião histórica (após Freitas do Amaral)em que a direita terá hipóteses reais de fazer eleger o seu candidato. Por isso, esta actual liderança do PSD tudo fará para ter o SEU candidato.
Contudo as coisas não ficarão por aqui. Veremos se as tais vozes dissonantes no interior do partido terão lugares elegíveis em futuras listas de candidatos a deputado; nomeações a candidatos para concorrer à presidência de câmaras possiveis de serem conquistadas; ou até mesmo certos lugares de liderança no próprio partido. Veremos.
Mas o que começa a parecer é algo preocupante. Muito preocupante, na medida em que parece muito pouco democrático. E em política, o que parece, é !

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